Lula responsabiliza Estados e postos pela alta dos combustíveis: “Povo é assaltado por intermediários”

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O presidente Lula atribuiu a recente alta nos preços da gasolina e do diesel aos tributos e às empresas, em meio a um esforço do Planalto para se desvincular da responsabilidade pelo reajuste, que ocorre em paralelo à queda na popularidade do governo.
Durante um evento em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, Lula defendeu a venda direta de combustível para grandes consumidores, como forma de reduzir os custos. “A gente precisa vender para os grandes consumidores direto, se puder comprar direto, para que a gente possa baratear o preço”, afirmou.
Em fevereiro, tanto a gasolina quanto o diesel atingiram o maior valor desde 2022, com um aumento superior ao do ICMS, imposto que, ainda assim, foi apontado por Lula como um dos culpados pelo encarecimento. O presidente destacou a importância de informar a população sobre a origem dos aumentos: “É importante informar a população disso, para o povo saber quem xingar na hora que o preço aumenta, para o povo saber quem é o filho da mãe disso”, disse.
A alta dos combustíveis tende a impactar a inflação, com reflexos especialmente no custo dos alimentos — um fator que, segundo pesquisas recentes, tem sido determinante para o crescimento da rejeição ao governo.
Diante desse cenário, o governo busca estratégias para conter a queda na popularidade de Lula. Entre as iniciativas, aliados sugerem a retomada das “Caravanas da Cidadania”, com viagens ao interior do país e maior presença junto a lideranças regionais, na esperança de fortalecer o apoio entre eleitores de baixa renda.
Para ampliar o diálogo com o centro político, o Planalto também cogita dar mais protagonismo ao vice-presidente Geraldo Alckmin e à ministra do Planejamento, Simone Tebet. Alckmin deve liderar negociações comerciais com os Estados Unidos, enquanto Tebet ficaria à frente das conversas com a China, em uma tentativa de mostrar que o governo não se resume a Lula, mas conta com o apoio da frente ampla que garantiu sua vitória em 2022.
Outro caminho apontado por conselheiros do presidente é a expansão do crédito. Lula prometeu anunciar três medidas para ampliar o acesso ao crédito, incluindo a liberação do novo consignado privado em até um mês, como forma de estimular a economia e melhorar a percepção popular sobre o governo.