Milei lança criptomoeda e é acusado de envolvimento em possível golpe; entenda o que se sabe até o momento.

A Argentina enfrenta um escândalo político e financeiro envolvendo o presidente Javier Milei e a criptomoeda $LIBRA, promovida por ele como parte de um projeto para atrair investimentos em startups argentinas. No entanto, a iniciativa se revelou um possível golpe financeiro, com perdas estimadas entre US$ 70 milhões e US$ 100 milhões, prejudicando milhares de investidores. A oposição exige uma investigação, e há até rumores de um pedido de impeachment.
Milei anunciou o projeto “Viva la Libertad”, promovendo a $LIBRA para incentivar investimentos no país. A moeda, lançada na rede Solana, atraiu investidores rapidamente, mas logo surgiram indícios de um golpe do tipo “rug pull”, no qual os criadores inflacionam artificialmente o valor do ativo e depois retiram o dinheiro, deixando os investidores no prejuízo. Cerca de 40 mil carteiras digitais foram afetadas, e o programador Maximiliano Firtman denunciou inconsistências no contrato da moeda. Embora Milei tenha apagado a postagem e negado conhecimento do esquema, especialistas e políticos começaram a questionar sua responsabilidade.
A empresa responsável pela moeda, KIP Network Inc., está registrada no Panamá, conhecido por ser um paraíso fiscal. Além disso, a página do projeto foi criada pouco antes do anúncio, e o próprio presidente publicou o contrato inteligente da moeda, facilitando o investimento. Outro ponto suspeito foi a participação dos fundadores, que detinham 70% dos tokens, o que é incomum em criptomoedas, já que os desenvolvedores geralmente mantêm uma parte menor para garantir a estabilidade do projeto. Quando o valor da moeda subiu, os criadores venderam suas participações, causando uma queda abrupta.
A oposição já cogita um impeachment, alegando que Milei usou sua posição para promover um esquema fraudulento. Se for provado que o presidente recebeu compensações financeiras, ele pode enfrentar acusações de fraude e abuso de poder. Este não é o primeiro envolvimento de Milei em situações similares; em 2021, ele promoveu a CoinX, uma plataforma fraudulenta, e admitiu ter recebido US$ 10 mil por isso.
O escândalo não só afeta a imagem de Milei, mas também levanta dúvidas sobre a credibilidade do governo argentino e pode impactar a confiança dos investidores internacionais em um momento crítico para a economia do país. A possibilidade de uma investigação formal e ações judiciais por parte dos investidores lesados ainda está em aberto, o que pode levar a mais turbulências políticas.