O dólar, atualmente elevado, deve continuar subindo em 2025, segundo analistas e economistas. Isso ocorre principalmente pela perda crescente de credibilidade de investidores nacionais e internacionais em relação à situação fiscal brasileira.

Na tarde de segunda-feira, 13, o dólar estava cotado a R$ 6,10. De acordo com o Boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central, a expectativa é que a moeda termine 2025 em R$ 6, uma rápida deterioração das previsões nos últimos meses. Em novembro, a mesma pesquisa apontava uma cotação de R$ 5,43 para o fim de 2024.

Entretanto, essa previsão reflete uma média das projeções do mercado, e muitos analistas indicam cenários piores. Caso o governo federal não melhore a gestão fiscal, o dólar pode superar os R$ 7. O BTG Pactual, por exemplo, estima que a moeda possa chegar a R$ 7,10 até o fim de 2025 e a R$ 7,30 em 2026, caso as políticas fiscais não sejam ajustadas. Em um cenário de continuidade da atual gestão econômica, o banco prevê que o dólar termine 2025 a R$ 6,25 e 2026 a R$ 6,35.

Por outro lado, uma mudança para medidas de ajuste fiscal e recuperação da credibilidade poderia reduzir o risco do Brasil, apreciando o real para cerca de R$ 5,20, conforme o BTG. A consultoria MacroSector, que destaca a piora do risco Brasil, projeta a cotação do dólar para 2025 em torno de R$ 6,30, com um câmbio médio de R$ 6,25, 16% mais caro que em 2024.

Indicadores como o CDS do Brasil, que mede o risco de calote, mostraram aumento da desconfiança dos investidores. A pontuação do CDS passou de 130-140 pontos para mais de 200, evidenciando a crescente percepção de risco associada à economia brasileira.